Tuesday, November 16, 2010

Nos guardados

Nos guardados de emails achei esse texto. Bem bonito. Bem simples. E bom, sobre a minha terra.

Pois é. 
 
O Brasil tem milhões de brasileiros que 
gastam sua energia distribuindo 
ressentimentos passivos. 
 
Olham o escândalo na televisão e 
exclamam 'que horror'. 
 
Sabem do roubo do político 
e falam 'que vergonha'. 
 
Vêem a fila de aposentados 
ao sol e comentam 'que absurdo'. 
 
Assistem a uma quase pornografia 
no programa dominical de televisão 
e dizem 'que baixaria'. 
 
Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! 
Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'.
Do ressentimento passivo à participação ativa'. 
 
Pois recentemente estive em Porto Alegre, 
onde pude apreciar atitudes com as quais 
não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. 
 
Um regionalismo que simplesmente não 
existe na São Paulo que, sendo de 
todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, 
palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. 
 
Abriram com o Hino Nacional. 
 
Todos em pé, cantando. 
 
Em seguida, o apresentador 
anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. 
 
Fiquei curioso. Como seria o hino? 
 
Começa a tocar e, para minha surpresa, 
todo mundo cantando a letra! 
 
'Como a aurora precursora / 
do farol da divindade, / 
foi o vinte de setembro / 
o precursor da liberdade '

Em seguida um casal, sentado do meu lado, 
prepara um chimarrão. 
 
Com garrafa de água quente e tudo. 
 
E oferece aos que estão em volta. 
 
Durante o evento, a cuia passa de 
mão em mão, até para mim eles oferecem. 
 
E eu fico pasmo. Todos colocando a boca 
na bomba, mesmo pessoas que não se 
conhecem. Aquilo cria um espírito de 
comunidade ao qual eu, paulista, 
não estou acostumado. 
 
Desde que saí de Bauru, 
nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'. 
 
Fiquei imaginando quem é que sabe cantar 
o hino de São Paulo. 
 
Aliás, você sabia que 
São Paulo tem hino? Pois é... 
 
Foi então que me deu um estalo. 
 
Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' 
se transformarão em participação ativa? 
 
De onde virá o grito de 'basta' contra 
os escândalos, a corrupção e o deboche 
que tomaram conta do Brasil? 
 
De São Paulo é que não será. 
 
Esse grito exige consciência coletiva, 
algo que há muito não existe em São Paulo. 
 
Os paulistas perderam a capacidade 
de mobilização. Não têm mais interesse 
por sair às ruas contra a corrupção. 
 
São Paulo é um grande campo de refugiados, 
sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. 
 
Cada um por si e o todo que se dane. 
 
E isso é até compreensível numa 
cidade com 12 milhões de habitantes. 
 
Penso que o grito - se vier - só poderá 
partir das comunidades que ainda têm 
essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre. 
 
Algo me diz que mais uma vez os gaúchos 
é que levantarão a bandeira. Que buscarão 
em suas raízes a indignação que não se 
encontra mais em São Paulo. 
 
Que venham, pois. Com orgulho 
me juntarei a eles.
 
De minha parte, eu 
acrescentaria, ainda: 
 
'...Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra...'
 
 
 
Arnaldo Jabor

Saturday, November 6, 2010

Reapaixonada por Djavan.


Originalmente, esse é um email que eu tava escrevendo pra mandar pras minhas amigas, mas decidi contar pra mais gente. Então aqui está.

Guriasss! Queria contar a experiencia linda que eu tive ontem! Fui no show do Djavan aqui em LA! Foi a coisa mais linda! A gente foi de parceria com o show porque fizemos o Made In Brazil lounge after party do show, ou seja, depois do show tinha um lounge com musica comandado por nós no andar de cima do teatro principal. Uma belezura!
Prosseguindo...
Como eu fiquei responsável por vender as pulseiras vip pro after party, eu tava numa mesa meio pro lado do auditório, de onde dava pra ver muito bem o palco. Entrei no teatro antes de todo mundo e pra minha surpresa quando eu entro... O DJAVAN TA PASSANDO SOM. Me tomei de uma emoção incrível, meu olho encheu de agua.. Gurias.. Foi muito foda. Queria tanto voces lá... Ele terminou de passar o som, saiu, ai entrou o publico. O show aconteceu e foi lindo. Foi lindo, lindo! Esse tour foi só de musicas antigas, toodas conhecidas com pequenas inserções de Frank Sinatra e Vinicius de Morais dentre elas.
A primeira e unica vez que eu vi ele foi naquele show do dia dos namorados em 2002 ou 3 ali naquele teatro da redenção (que não me vem o nome agora), beeem de longe. Ontem eu vi ele de bem pertinho, e ele é a coisa mais simpática e querida no palco, se dançandinho e sorrindo com covinhas enormes nas bochechas!
O show foi lindo, foi uma delicia ouvir ele, ouvir as musicas que ouvi com a minha mãe, e com voces, por muitos anos. Ele encerrou o show desejando sorte pra todos os Brasileiros que tavam ali, "nessa cidade maravilhosa", se referindo a LA. Foi lindo. Foi sincero.
No final do show veio um funcionario do teatro dizer que eu podia ir curtir o show ali da frente que ele cuidava do meu posto. Me fui e cheguei a uns 4 metros dele no meio da galera. Aí eu chorei. Aí eu consegui ver aquele sorriso, aquela energia linda que ele tem. E não pára por ai...
Acabou o show e eu tava decidida que não ia dar pra ir ver o Djavan no backstage. Não porque eu não podia, vocês sabem que isso não nunca foi barreira pra mim. Mas porque eu não teria condições de chegar perto dele e não desatar a chorar igual uma criança depois de cair e machucar o joelho. Fiquei lá então vendendo as ultimas pulseiras pra nossa festa do andar de cima, falando pra mim mesma "tá.. foi melhor assim, não vou fazer um papelão na frente do coitado do artista."
Aos 44 do segundo tempo quando a gente tava recolhendo as coisas da mesa. Fiquei sabendo que o Djavan ainda estava ali, e que a gente podia ir falar com ele. Meu coração disparou e fiquei feliz que ainda tinha chance de ver ele. "De verdade (sorrisão)??" Sim. Então fomos. Agora eu tava uma criança no parque, feliz e sem cair. Foi muita emoção... Pensei "bah.. ele já deve ter apertado a mão e falado com muita gente por todo esse tempo, coitado, ja deve estar de saco cheio". Mas não. Ele foi a mesma simpatia, o mesmo brilho, o mesmo sorriso e as mesmas covinhas alí falando com a gente, perguntando de onde a gente era, a quanto tempo a gente tava aqui, nos desejando sorte e mostrando admiração por morarmos aqui em LA. Ele disse que talvez vá a Porto Alegre em dezembro, portanto, fiquem ligados!! Ele falou em dar uma parada de fazer tour porque ele tava meio cansado de tocar as mesmas musicas, que estava louco pra compor e gravar coisas novas. Sempre com aquela cara querida e sorriso aberto, dizendo que quando fosse pra nossa cidade, que era pra gente convidar ele pra comer a comida da nossa mãe na nossa casa! E foi super sincero: "não sei se eu vou conseguir, mas seria bem legal". Foi lindo! Não chorei!! Tiramos foto e saí de lá feliz. Agora mais feliz que qualquer criança por aí. Então tomamos o nosso rumo pra outra festa.
Até agora to boba, feliz, nas nuvens. E vou ficar por muito tempo. Nunca vou esquecer esse dia. Pra sempre. Queria muito todo mundo que sabe o quanto isso foi importante lá comigo, vocês. Falando no telefone com a mãe na ida pro show eu fui muito bem recomendada: "filha, fala pra ele que a tua mãe, em Porto Alegre, ama muito ele de paixão." e "aaaiii pega um autógrafo pra mim Niiine." Pois bem. O autógrafo dela tá na mão, dedicado à TIA MARINA!

E aproveitando que to postando essa mensagem aqui, queria agradecer a minha amiga e irmã Renata, por tudo o que passamos juntas e por permitir que tanta tanta coisa musical irada aconteça na minha vida. A musica é mágica. São poderes que eu nem vou começar a enumerar aqui. A Re me deixa mais perto da musica, e eu amo isso. Amo a minha irmã por isso e por mais tantas outras coisas.. Brigada amiga.

Nas fotos, nós conversando com ele. E a pose final.
(EEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!)






E a simpatia master no palco:


Friday, November 5, 2010


Achei bem bonito isso. Não é o óbvio pra todo mundo.
(Escolha um trabalho que você ame. Você nunca terá que trabalhar por um só dia na sua vida.)

É um projeto sobre as pessoas que influenciam uma nação e como elas pensam. Pena que é tudo em inglês. Mas aqui está o video deles:

Tuesday, October 19, 2010

Chuva

Onde eu moro não chove muito. Com o tempo louco desse ano, acredito que já choveu o equivalente a todos os outros 4 anos que moro aqui. A chuva é uma das coisas que encabeçam a lista de coisas que eu sinto falta do Brasil. Não tenho tanto apego a lugares físicos, não tanto quanto às pessoas. Dessas eu sinto falta. A chuva entra numa categoria diferente, a das coisas que me ligam comigo mesma, como a musica e o por do sol.

Hoje tava chovendo muito. Muito! Eu tava na academia da escola e ainda tinha mais uma aula pra ir depois que eu acabasse a Yoga. Ia ser bem chato ter que cruzar o campus com muita chuva, depois sentar numa sala com ar condicionado de quem mora num dos lugares mais quentes e tropicais, e que não é o caso de LA.

Não é que a chuva deu trégua BEM na hora de eu ir pra aula!? Cheguei na aula sequinha, comemorando por dentro e me considerando a pessoa mais sortuda por não ter que congelar lá. Pois bem, saí de lá e quase chegando no carro começou a chover de novo. Pingos grossos e bem molhados são bem raros quando chove. Comemorei então largando todas as minhas coisas no carro e andando na chuva, curtindo a chuva, correndo na chuva, lambendo a chuva. Agua faz bem. Lava. Purifica. Tava quase voltando pro carro depois de uns bons dez minutos de chuva, mas decidi aproveitar mais e me soltar mais.

Fazia alguns anos que eu não tomava banho de chuva. Saí pelo estacionamento ainda mais empolgada, correndo e pulando com os dois pés nas poças (viu mãe!). Pra quem nunca experimentou, eu recomendo. Sabe tudo que uma criança gostaria de fazer e os adultos nunca deixam? Pois eu estava lá sozinha com nada que me impedisse. Fiz, amei, e pasme: as minhas roupas, o meu tenis e meias vão ficar sequinhos bem como antes de eu me molhar. Sem danos, nem sequelas, só a felicidade de ter feito a peripécia.

De agora em diante vou tentar aproveitar mais essas situações.

Sorriso de pinto molhado e feliz.
=)

Thursday, October 14, 2010

Os benefícios da Yoga

Minha mais nova prática é a Yoga, junto com uma alimentação mais saudável e exercício físico pelo menos duas vezes por semana (a alimentação saudável um pouco mais de duas vezes na semana).

A Yoga tem propriedades incríveis. Dentre os blablás mais encontrados por aí em artigos e informações sobre propriedades gerais, ela ensina a controlar e usar a respiração a nosso favor. Também ensina uma postura mais correta e a usar todos os musculos que temos para suportar o nosso corpo de um jeito mais equilibrado. Equiíbrio esse que é pra refletir no dia a dia, tornando o praticante mais focado, calmo e ereto. Isso me lembra uma canção regravada pelo Pato Fú que diz: Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta, e o coração tranquilo. Acho que é bem por aí mesmo.

O nosso interior reflete as coisas que acontecem, então tenho tentado cuidar mais do meu. O skate também tem me feito muito bem. Eu to cada vez mais segura andando, já que uso todo dia, mas isso não quer dizer absolutamente nada. Agora aos benefícios da Yoga acoplados ao meu skate:
Estava eu saindo da academia com a minha mochila de aula nas costas e a minha bolsa de academia com roupas suadas, shampoos e afins no meu ombro direito. Direito também é o lado do meu corpo que fica na frente quando eu ando de skate. Então estava eu saindo, e indo pro estacionamento pegar meu carro quando, não mais que de repente ao subir um rebaixamento de calçada e tentar fazer a curva ao mesmo tempo, caí. Caí bonito. O skate quase foi atropelado pelo onibus que circula o campus e a coisa só não foi mais envergonhante porque os vidros do onibus eram fumê, então não vi a cara das pessoas e quantas elas eram me vendo caindo no chão. A Yoga entrou aí brilhantemente junto com seu tapetinho, usado pra criar aderência ao chão durante a prática. Meu tapete estava dentro da minha bolsa, que por sua vez estava no mesmo lado pro qual caí quando perdí o equilíbrio e o skate "saboneteou" de baixo dos meus pés.

Se não fosse a Yoga querida eu estaria possivelmente com o braço inteiro esfolado, mas já que eu pratico, ganhei só um leve esfolado na minha mão. Vivas!

Todos os tipos de sustos inesperados me fazem sentir viva. Incluindo vacas no mar. Essas são muito boas. São um sacode, um "prestenção" e volta pra realidade! Se eu estivesse mais presente talvez eu tivesse distribuido melhor o meu peso na hora daquela curva e daquela subidinha, ou talvez era bem do tombo que eu tava precisando.

Um upa na Yoga e no meu skate, e em mim.
UPA!


Tuesday, October 5, 2010

Mais Musica

Sabe acordar com uma musica na cabeça?
Pois é, hoje acordei com essa.
Uma delícia, tirando o excesso de esforço criativo de quem colocou isso no youtube. Por favor desconsiderem a aletoriedade ilustrativa do video.

A musica ta fazendo mais parte dos meus dias ultimamente porque ando mais em trânsito. Um total de 1h30 de freeway, 20min de skate e 40min de academia de segunda a quinta (tá.. as vezes só 3 desses 4 dias possíveis pra academia).

Academia é lugar pra musica eletronica, e pra 60% dos outros momentos que tô com o iPod ligado. De resto gosto de musicas calminhas, até um rescém descoberto barulinho de chuva! Tem um site com 30min de barulho de chuva, o máximo. Tenho ligado ele pra estudar. Ele ajuda bastante a prender a atenção no que eu to fazendo. ( www.barulhodechuva.com.br ) Pena que não achei uma versão boa pra fazer download ainda. Chuva portátil soa muito bem!

Daí tem outras bandas e cantoras que eu gosto. Tenho gostado muito de ouvir Corinne Bailey Rae. Tenho dois ótimos albums dela. Aqui uma das minhas preferidas dela. Com essa nos ouvidos andando de skate dá vontade de ir muito, muito longe, bem embaladinho.
Especialmente com as chuvinhas breves do começo do outono por aqui, Corinne vai muito bem.


Queria estar mais perto pra atualizar as musicas da minha mama com mais frequencia. Ela tem um iPod que eu atualizei a última vez sabe lá quando, e ela sabe as musicas todinhas. Da última vez que tocamos no assunto ela disse que se apegou às musicas de tanto que ouviu, e não se preocupou mais tanto em querer trocar. Figura.